13 juillet 2006

Cidadania: a água, petróleo do futuro?


Portugal é o país do Mediterrâneo que mais água consome anualmente, com 1.212 metros cúbicos por habitante, revela um relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) hoje divulgado.

De acordo com o estudo do WWF, depois de Portugal é Espanha que mais consome água (870 metros cúbicos por habitante), seguindo-se Itália (772), Grécia (708), França (667) e Turquia (534). Enquanto os países do Mediterrâneo tiveram uma redução de 20% na precipitação, o consumo de água duplicou, nos últimos 50 anos. A extrapolação das tendências actuais mostra uma redução contínua das precipitações e um aumento do consumo de água de 25% até 2025, nas margens orientais e meridionais do Mediterrâneo, principalmente no Egipto, na Turquia e na Síria. A organização WWF adverte igualmente que «secas mais frequentes e mais prejudiciais» serão prováveis no Mediterrâneo, onde podem tornar-se «crónicas».

O WWF adverte que a cultura de regadio é a principal responsável pela falta de água em Portugal e nos restantes países do Mediterrâneo. O estudo indica que a área destinada à agricultura de regadio no Mediterrâneo duplicou nos últimos 40 anos e absorve cerca de 65% do total da água consumida nesses países. Em Espanha por ejemplo, entre 1989 e 1999 criaram-se 800.000 ha de regadio (um aumento de 31,7% em 10 anos), correspondentes a uma superfície como a da Comunidade de Madrid.

O estudo WWF/Adena pede uma mudança radical nas políticas nacionais e da União Europeia, que influenciam a utilização da água pois, sem uma reorientação das mesmas, a situação das populações e do meio ambiente tenderá a pirorar.

Segundo o estudo, as subvenções da UE e dos governos nacionais estimularam o abandono ou a transformação em regadio das culturas de sequeiro, convertendo culturas antes não regadas, como a vinha e o olival, nos maiores consumidores de água de bacias como o Alto Guadiana ou o Guadalquivir. As políticas agrárias terão também favorecido o crescimento de outras culturas de regadio, consumidoras de grandes quantidades de água. Nos países fora da UE, o consumo de água na agricultura é ainda mais elevado, devido à utilização de métodos de rega ineficazes.


E em Portugal, não falemos do turismo e dos campos de golfe (um campo de golfe pode consumir mais água do que uma vila de 1500 habitantes).

Estranho é de assinalar que, no site do WWF, não existe nenhum site específico para Portugal. Mais um sinal do fraco espírito associativo e de participação política e social dos portugueses? Talvez. Seria interessante ver qual o grau de participação por exemplo em organizações não governamentais como Amnesty International ou Greenpeace.

1 commentaire:

Anonyme a dit…

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