No próximo dia 22 de Março o Parlamento português vota o projecto de lei do PS introduzindo a obrigatoriedade de uma quota mínima de 33,3 por cento de representação feminina em todas as listas eleitorais: Assembleia da República, Parlamento Europeu e autarquias. Espero que finalmente esta discriminação positiva venha a traduzir-se numa maior participação politica das mulheres na vida política portuguesa, no Parlamento e no Governo. Aliás penso que estas quotas deveriam ser alargadas a todos os níveis de governo, incluindo o nacional, os regionais, as Juntas de freguesia, etc.
A maior participação política das mulheres deverá assim complementar a já grande participação das mulheres na vida económica do país. Efectivamente, dentro da União europeia, a participação feminina na vida económica portuguesa é das mais elevadas (em % da população activa, % das mulheres que trabalha, mesmo participação das mulheres em cargos de direcção e gestão) logo depois dos países escandinavos, França e Reino Unido. Também segundo as estatísticas do PNUD (Programa das Nações Unidas de desenvolvimento) Portugal aparece relativamente bem no que diz respeito à participação feminina. Mas uma maior participação política deverá completar essa participação activa na economia, e a discriminação positiva só pode, quanto a mim, ajudar.
Esther Mucznik, num artigo no jornal Publico no sábado 18 de março, intitulado “A mola da roupa” (no comment…), diz o seguinte…"Se me perguntarem se eu gostaria de ver mais mulheres na vida política, eu direi, obviamente que sim. Se a sua presença permite melhorar a qualidade da democracia, como afirmou Maria de Belém Roseira, eu direi que não sei."
Não sabe??? Achará a senhora por ventura normal que num país em que mais de 50% dos habitantes são mulheres, apenas uns 12 ou 15% dos parlamentares sejam mulheres? ou no Governo? Então não será óbvio que o aumento da participação feminina na vida politica aumenta a qualidade da democracia, porque aumenta a representatividade da população na vida política? Não é isto lógico?... E se a Senhora Mucznik ficasse em casa a estender roupa, não seria melhor? Ou a contribuir para que a taxa de fertilidade ultrapasse os tais 1,4. Não será mesmo com feministas deste calibre que alcançaremos os níveis de participação feminina da Noruega ou Finlândia tão depressa...
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